Aquisição
da linguagem oral e escrita
A proposta
construtivista trouxe uma nova forma de desenvolver a aquisição da linguagem
oral e escrita na fase de alfabetização, pois traz o conhecimento e a
aprendizagem social para dentro da sala de aula.
Nessa perspectiva, a criança, por si só, produz o seu
conhecimento, formulando hipóteses e desenvolve a sua própria maneira de
aprender a ler e escrever. Seu conhecimento é o produto de um conflito
cognitivo produzido durante a resolução das situações problemas, desencadeadas
por ela mesma.
Assim sendo, as crianças desenvolvem uma autonomia maior
quanto à produção de seu conhecimento. Elas fazem parte da escolha da forma de com se dará a aquisição
da leitura e da escrita. Elas se sentem mais seguras, até mais estimuladas para
aprender. Sabem que precisam ir em busca daquilo que almejam para seu
aprendizado.
É possível perceber que a criança é responsável pelo seu
conhecimento, fazendo da pessoa do professor um mediador, que busca identificar
dificuldades desta aprendizagem, como também um interventor que, define
atividades pedagógicas que favoreçam a compreensão da leitura e da escrita,
superando dificuldades encontradas na caminhada rumo à aquisição das mesmas.
Para tanto são necessários alguns pré-requisitos.
Os pré-requisitos são
aptidões que uma criança deve, ou precisa, desenvolver para estar preparada, de
uma forma adequada, para iniciar o processo, neste caso, de alfabetização. A
própria palavra já diz “pré-requisitos”.
Quando a criança tem entendimento sobre o seu esquema
corporal, tem noção e organização espacial e temporal, consegue realizar
inclusão de classes e tem uma boa coordenação motora, se torna muito mais fácil
realizar atividades de leitura e escrita, pois os pré-requisitos produzem o
amadurecimento de vários aspectos da criança, que influenciarão diretamente no
aprendizado da mesma.
Quando a criança está “pronta”, ou seja, com os
pré-requisitos bem trabalhados, a sua aprendizagem acontece de forma mais
rápida e eficiente, fazendo com que os estudos e aprendizagens posteriores
aconteçam da mesma forma, tornando-a um adulto consciente e responsável.
Quando a criança se
encontra na fase das garatujas ela precisa ter o maior contato possível com
letras, palavras e textos, para que perceba que precisa fazer uso delas para se
comunicar, de forma compreensível, com aqueles já alfabetizados.
Atividades como bingo de letras, colagem de materiais
diversos sobre letras, manuseio de alfabetos móveis, reprodução de traçados de
letras, análise das partes das letras (partes curvas e retas), cobrir
tracejados, completar sequências, podem colaborar para que a criança supere a
fase das garatujas. Fazendo essas atividades ela vai perceber, aos poucos, que
o mundo das letras já não está mais tão distante de sua vida e começará a fazer
o uso das mesmas em suas escritas.
Os contos de fadas
têm uma relevância muito importante dentro da educação, pois fazem com que as
crianças saiam de seu mundo real e partam para um mundo imaginário, trazendo do
mesmo, cargas de conhecimento e aprendizado que serão incorporadas ao seu mundo
real.
Quando uma criança é levada a imaginar, percebendo os fatos
decorrentes de uma determinada ação, ela começa a perceber que fatos irreais
acontecem em nosso mundo real. Imaginar também faz com que a criança se
desenvolva no campo cognitivo, favorecendo, consequentemente, a sua
aprendizagem e, influenciando na leitura e na escrita.
Samara Cristiane Hanauer
Janke
Professora das séries
iniciais do rede municipal de Crissiumal.